Dissertações, teses e monografias



- Bárbara de Alencar: Relações de Gênero e Poder no Cariri Cearense

Autora: Kelyane Silva de Sousa
Mestrado em Políticas Públicas e Sociedade (Conceito CAPES 4).
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria Helena de Paula Frota.
Ano de Obtenção: 2015 

Bárbara Pereira de Alencar tornou-se objeto deste estudo por ter se destacado nos mais diversos segmentos da prática política no Brasil oitocentista. Bárbara é considerada a primeira mulher revolucionária, republicana, antimonarquista e, por consequência, a primeira prisioneira política do país. Dentre todos esses atributos, destaca-se o fato de ser mulher da elite do sertão, marcado pela escassez de recursos e pela demora cultural. Bárbara de Alencar, seus filhos e seu irmão participaram ativamente de duas grandes revoluções nordestinas do início do século XIX: a Revolução Pernambucana (1817) e a Confederação do Equador (1824). Revisitar a história da proclamada “heroína cearense” requer também compreender o contexto em que ela esteve inserida e suas contradições, haja vista que, apesar de libertária, pertencia à aristocracia agrária da época e, como tal, era proprietária de terras e escravos. Diante disso, o objetivo principal deste trabalho foi investigar como se manifestaram, na sociedade sertaneja, as relações de gênero e poder através do resgate da história de Bárbara de Alencar. Para alcançar o objetivo, durante a pesquisa, utilizamos o método biográfico das ciências sociais, por meio de pesquisa bibliográfica e relatos orais, e empregamos a técnica de entrevista semiestruturada com os pesquisadores da temática, abordando questões sobre vivências da família Alencar e seu contexto histórico. Como categorias de análise principais foram utilizadas gênero e poder; matriarcado do sertão; e elite nordestina. Assim, retomar essa história sob o olhar sociológico nas categorias gênero e poder tornou-se relevante pioneirismo, ainda que imersa nos paradoxos de seu tempo histórico. Bárbara de Alencar apareceu representada pelas diversas imagens a que foi associada ao longo da história: matriarca, mulher da elite, católica devota, empreendedora, heroína e revolucionária.

Link: http://www.uece.br/politicasuece/dmdocuments/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Kelyane.pdf 


- Decifrando o sagrado feminino: o assassinato e a devoção a Maria de Bil em Várzea Alegre-Ce.

Autora: Daniele Ribeiro Alves
Mestrado em Políticas Públicas e Sociedade (Conceito CAPES 4).
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria Helena de Paula Frota.
 Ano de Obtenção: 2014

Este estudo trata, sobretudo, da constituição do sagrado feminino no caso específico do assassinato e devoção a Maria de Bil. O campo empírico foi em Várzea Alegre, município localizado no Cariri Cearense, com pesquisa realizada nos anos de 2012-2013, através das técnicas de observação participante, análise de entrevista e documental. A investigação, inicialmente, problematiza e procura entrelaçar as concepções teóricas sobre religiosidade popular, assassinato de mulheres e gênero. Em seguida, apresenta o contexto histórico, político, geográfico e cultural do Cariri cearense no século XX, período em que viveu o objeto de estudo. A partir do olhar dos sujeitos entrevistados: devotos, Secretaria de Cultura e Turismo de Várzea Alegre- CE (poder público), igreja católica e mídia local, discute a relação existente entre o assassinato, a devoção e os milagres no que se refere a Maria de Bil. Apreende também como é construída a devoção a essa mulher e, por fim, analisa os rituais de devoção na capela Maria de Bil. Essa pesquisa permitiu-nos compreender que o sagrado feminino entra em simbiose com questões de gênero, violência e religiosidade popular.

Link: http://www.uece.br/ppgsociologia/index.php/dissertacoes 


- A Violência Intrafamiliar na contramão das Políticas Públicas de Proteção ao Idoso seu significado para os idosos "vitimizados"

Autora: Maria Gomes de Queiroz
Mestrado Profissional em Planejamento e Políticas Públicas
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria do Socorro Ferreira Osterne
Ano de Obtenção: 2009

A violência intrafamiliar na contramão das políticas públicas de proteção ao idoso: seu significado para os idosos "vitimizados" descritivo com abordagem qualitativa. Esse estudo teve como objetivos pesquisar os significados que os idosos "vitimizados" atribuem aos maus-tratos recebidos em suas relações familiares; detectar como os idosos se percebem e como notam seus agressores no contexto de maus-tratos sofridos em seu ambiente familiar e identificar o nível de conhecimento que o idoso "vitimizado" tem das políticas públicas de proteção ao idoso e sua utilização para a concretização de seus direitos de cidadania. O cenário de estudo da pesquisa foram as seguintes instituições: 13ª. Unidade de Promotoria do Juizado do Ministério Público de Fortaleza, SESC, Universidade Sem Fronteiras e duas clínicas especializadas em Gerontologia. Estas instituições estão distribuídas em vários bairros de Fortaleza. Com esta distribuição geográfica, objetivou-se incluir idosos "vitimizados" das várias classes sociais fortalezenses. Os sujeitos de pesquisa foram doze idosos vítimas de maus-tratos em seu convívio familiar. Na coleta de dados, foram utilizados como instrumentos as entrevistas estruturada e semiestruturada. Os dados foram analisados com apresentação de casos e exposição dos principais significados atribuídos aos maus-tratos pelos idosos "vitimizados". Entre as conclusões, destacam-se o relato dos idosos sobre relações de isolamento, abandono, exploração verbal, descaso e negligência por parte de seus membros familiares e o aspecto econômico/financeiro como o principal fator motivador de maus-tratos neste grupo de agredidos; os idosos temem denunciar os maus-tratos com medo de perder apoio dos familiares; os idosos têm pouco conhecimento das leis de proteção ao idoso, consequentemente, não fazem uso dos seus direitos de cidadãos.

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- A Dimensão das Relações de Gênero e o Enfrentamento da Exploração Sexual Comercial de Crianças E Adolescentes

Autora: kelvia de Assunção Ferreira Barros
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria do Socorro Ferreira Osterne
Ano de Obtenção: 2008

Ao delimitar como participantes assistentes sociais e psicólogos (as) que atuam diretamente no atendimento a crianças e adolescentes inseridos (as) na exploração sexual comercial, a investigação da presente pesquisa insere-se no contexto da Política de Assistência Social, precisamente naquele voltado às ações ao enfrentamento desta manifestação da violência contra o público infanto-juvenil. O objetivo geral consiste em compreender o discurso desses (as) profissionais sobre as relações mantidas entre homens e mulheres, tendo em vista a maneira como investigações preexistentes demonstram se configurar a exploração sexual comercial. Nesse sentido, pesquisas e discussões geralmente conferem a este tipo de exploração o caráter de violência que aflige crianças e adolescentes, em especial as meninas. Em regra, são elas as principais "vítimas", enquanto os homens são apontados como os principais "exploradores". Para a compreensão almejada, o conceito gênero é definido como a categoria principal, em razão da ênfase que oferece aos aspectos relacional e social na apreensão das experiências de homens e mulheres. Em relação à metodologia empregada para alcançar os objetivos propostos, evidencia-se neste trabalho uma pesquisa de natureza eminentemente qualitativa. Além das pesquisas bibliográfica e documental foi realizada também a de campo, na qual participaram nove profissionais que atuam em Fortaleza e em sete municípios de sua Região Metropolitana (Aquiraz, Caucaia, Eusébio, Horizonte, Itaitinga, Maracanaú e São Gonçalo do Amarante). Sobre os resultados auferidos, em linhas gerais, a pesquisa verificou na fala dos sujeitos discursos limitados e restritos a propósito das dimensões culturais e simbólicas, necessárias ao entendimento da exploração sexual comercial. Foi, igualmente, confirmada a hipótese seguinte: o discurso desses (as) profissionais sobre as relações entre homens e mulheres encontra-se permeado de estereótipos acerca do masculino e do feminino construídos historicamente, uma vez que estão inseridos (as) em uma sociedade que naturaliza maneiras diferenciadas de tratamento entre os sexos.

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- Desvendando e Refletindo Práticas Cotidianas: um estudo da Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza a partir da atuação das profissionais na instituição

Autora: FREITAS, Ana Carolina Albuquerque
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria do Socorro Ferreira Osterne
Ano de Obtenção: 2008

Esta Dissertação tem como principal foco a atuação das profissionais da Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza. Seu objetivo é compreender a dinâmica de atendimento da DDM, focalizando, através de significados que permeiam as falas, os discursos, os gestos e as ações, das policiais, elementos culturais que denunciam a desigualdade de gênero. Trabalhamos com duas grandes categorias de análise, a saber: violência e gênero. Temos por base uma pesquisa de natureza qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram as profissionais que fazem parte do quadro de funcionários do turno da manhã, uma vez que é nesse período que ocorre um grande número de denúncias, bem como, a delegada titular, a delegada adjunta, a assistente social e a inspetora de polícia, haja vista que essas realizam audiências. Partimos do pressuposto que a cultura patriarcalista presente na sociedade brasileira tem reflexo no comportamento das profissionais que atuam na DDM de Fortaleza. O processo de aculturação da normalidade existente da lógica binária entre os gêneros, acaba por se refletir no trabalho cotidiano da delegacia, vitimizando muitas vezes, a mulher que busca atendimento nessa instituição. Nos meandros desta análise percebemos que a cultura machista nordestina reflete de forma salutar durante os atendimentos da delegacia, levando muitas vezes a mulher se sentir culpabilizada pela denúncia que está fazendo do companheiro e/ou ex-companheiro. Ao negar a lógica da vitimização, e trabalhar a lógica de empoderamento, faz vislumbrar a real possibilidade de emancipação da mulher, sugerindo a (re) significação do espaço público como importante lugar de expressão, que com a ajuda e conhecimento das profissionais que atuam na instituição, a levam para o processo de empoderamento feminino, no sentido de contribuir para desnaturalização da desigualdade entre os sexos. Enfim, salientamos a necessidade de melhoria de estrutura física, para que as mulheres tenham mais privacidade durante o atendimento, mas prioritariamente, a necessidade de capacitação continuada para as policiais, no intuito de tornar o atendimento crítico diante das relações de gênero existentes.

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- O Conselho Tutelar e seus Operadores: o significado social e político da instituição

Autora: Renata Custódio de Azavedo
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora:Profa. Dra.Maria Helena de Paula Frota
Ano de Obtenção: 2007

O objetivo geral da pesquisa foi investigar o significado social e político do Conselho Tutelar na efetivação dos direitos de crianças e adolescentes no município de Fortaleza – Ceará. A investigação foi de natureza qualitativa e os interlocutores foram 7 (sete) conselheiros tutelares em exercício dos 6 (seis) conselhos tutelares de Fortaleza. Consideramos que pensar a instituição Conselho Tutelar significa se abrir para o diverso e o desconhecido, onde coexistem, inclusive, significados contraditórios, tais como espaço de promoção da cidadania e da caridade. Considero que a criação do CT no Brasil como espaço público de participação da sociedade civil denota uma marcada intencionalidade de construir um processo de busca democrática e democratizante de intervenção na realidade de não-cidadania de crianças e adolescentes. Nesse contexto, ele demarca sua "funcionalidade" social e política por se situar num campo entre o Estado e a sociedade, tendo a capacidade de tensionar o poder público, a sociedade, as comunidades e os indivíduos pela garantia dos direitos previstos no ECA. Os conselhos tutelares parecem incomodar a cultura política vigente no Estado Brasileiro, pois surgem como espaços de possibilidades, onde diversos atores sociais trabalham atentamente na fiscalização do cumprimento de direitos. Entretanto, por seu caráter público e político, os conselhos tutelares podem se tornar objeto de competição política, onde as vagas para o exercício da função são disputadas, voto a voto, nas comunidades. O CT é um lugar onde a participação direta da comunidade se estabelece como exercício da cidadania daqueles que se dispõem a ser conselheiros tutelares. É também espaço público de impacto educativo e cultural positivo, na medida em que se propõe a reunir uma diversidade de pessoas, com pensamentos, interesses e histórias de vidas diferentes e, às vezes até divergentes. Entendo também o CT como possibilidade de ser lugar de mobilização da comunidade e da sociedade civil na defesa da cidadania dos menores de 18 anos. Tem em sua natureza social e política a possibilidade de ser espaço de controle social, pois além de monitorar a efetivação dos direitos de C/A por parte do Estado, também atua em relação às famílias, às comunidades e até às próprias crianças e adolescentes.

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- Ruptura dos códigos de gênero ou mecanismos sutis de discriminação? Mulheres e homens na política de fomento à ciência e tecnologia: um estudo da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento (...)

Autora: Vivian Matias dos Santos Albuquerque
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria Helena de Paula Frota
Ano de Obtenção: 2007

O campo científico consolidou-se social e historicamente como um espaço de cultura masculina. Ao longo de sua dialética trajetória; a Ciência foi se firmando de forma mais intensa por meio de tradições intelectuais que; conquistando a hegemonia na comunidade científica de suas épocas; legitimaram uma suposta inferioridade das mulheres. Isso ocorreu a partir de discursos que; amparados por uma autoridade científica; proclamaram neutralidade e objetividade ao utilizarem estereótipos femininos como embasamento nas suas teorias. Assim a história de participação das mulheres neste campo é marcada não por um processo de conquistas crescentes e lineares rumo à igualdade; mas; por meio de um processo de avanços e recuos; demarcando a ciência como um espaço de contradições e conflitos de gênero. Neste último século; mesmo elas já representando maioria das matrículas em todos os níveis de ensino; inclusive no ensino superior; ainda não conquistaram status equivalente ao masculino nos estratos hierarquicamente superiores da comunidade científica. Este fato se expressa explicitamente no campo político da Ciência e Tecnologia; lugar no qual as mulheres ainda não conseguem ocupar os cargos decisórios; aqueles que definem a Política de C&T nacional. De tal modo; o presente estudo tem o objetivo de analisar em que proporção se dá a participação de mulheres e homens na produção científica e tecnológica financiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP; tomando como referência o período de 1994-2004. Para tanto; fez-se indispensável além da pesquisa bibliográfica; a documental; por meio da qual se construiu estatísticas balizadas no entrecruzamento das variáveis sexo/área de conhecimento/volume de recursos financeiros; relativas à referida série histórica. Com isso; através da política de fomento da FUNCAP; percebe-se que há; assim como no contexto da política de C&T nacional; uma dimensão sexuada das relações de poder estabelecidas entre pesquisadores e pesquisadoras; que se evidencia na divisão sexual das/nas áreas de conhecimento; configurando-se por meio de uma segregação territorial e hierárquica.

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- Porta Fechada, vida dilacerada: mulher, tráfico de drogas e prisão

Autora: Maria Juruena de Moura
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria Helena de Paula Frota
Ano de Obtenção: 2005

O tráfico de drogas constitui o segundo negócio mais rentável do mundo; com características de permanência e de constituição à vida paralela ao mercado formal de trabalho. Economicamente; existe nova alternativa de subsistência; com características e valores próprios. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional - DEPEN; o tráfico de drogas consideradas ilícitas; no Brasil; constituiu; nos últimos anos; a atividade que mais propiciou ingresso de mulheres no sistema penal brasileiro. A adesão de mulheres; nessa "atividade"; é; nos últimos anos; progressiva; mudando as estatísticas de 32;6% em 1988; para 56;1% em 2000. No Estado do Ceará; em 1997; havia; só em Fortaleza; 1.452 homens presos e 105 mulheres; das quais 55 condenadas por tráfico de drogas; representando 52;4%. Entre outubro de 2003 a agosto de 2004; período desta pesquisa; constata-se que; de 217 reclusas; 134 estavam presas por tráfico de drogas; alterando a estatística para 61;8%. Essa realidade instiga a pesquisadora investigar e analisar as inter-relações do tráfico de drogas com a crescente inserção de mulheres nessa prática havida como ilícita.O recorte espacial desta investigação é a penitenciária feminina do Estado do Ceará; Brasil; Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPFDAMC). A investigação consta das seguintes etapas: pesquisa bibliográfica do objeto de estudo; visita ao campo; levantamentos; entrevistas preparatórias para definir o critério de inclusão dos sujeitos da pesquisa; que; para além do interesse de participação; as prisões tenham sido motivadas por tráfico de drogas. Neste sentido; todas as reclusas por tráfico de drogas passam a ser sujeitos do processo de investigação. O grande contingente de participantes leva a que se opte por trabalhar com grupo focal; 20 internas participam do grupo; enquanto as demais participam mediante entrevistas; escutas individuais; oportunidade em que fazem os relatos de vida. A investigação do fenômeno ocorre no contexto cultural e histórico em que se reproduz a abordagem qualitativa. Os instrumentos e as técnicas para coleta de dados são questionários; entrevistas semi-estruturadas; grupos focais e pesquisa documental. O estudo; por meio de informações; dados analisados; aponta que a incursão das mulheres no tráfico de drogas; antes de ser apenas infração penal; constitui oportunidade de trabalho; capaz de possibilitar; de alguma forma; a superação da difícil situação financeira que afeta não só suas próprias vidas; como também o grupo familiar.Com base nessa realidade factual; identifica-se a necessidade da formulação de uma política penitenciária; que leve em conta as demandas das reclusas e as questões estruturais a elas relacionadas.

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- Mulheres em Movimento: construção de relações de gênero na militância política das mulheres

Autora: Francisca Maria Rodrigues Sena
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria Helena de Paula Frota
Ano de Obtenção: 2004.

As relações de gênero, compreendidas como construção social que define a identidade sexuada de homens e mulheres, são permeadas de poder e historicamente materializam-se desigualmente, subordinando e excluindo a maior parte desses sujeitos: as mulheres. Presumindo que essa constituição perpassa a ação desses sujeitos nos espaços e esferas públicas e privadas, privilegiamos, investigar esta construção a partir das ações e concepções dos sujeitos socialmente subordinados, verificando na sua organização política como são percebidas e construídas as relações de gênero. Dispusemo-nos, também, a identificar na militância política das mulheres engajadas na Associação Mulheres em Movimento, organização que tem inserção na periferia da cidade de Fortaleza, se há uma reprodução ou uma ruptura com o modelo tradicional de militância política; além disso, buscamos elucidar a indagação dos limites da construção de relações igualitárias de gênero num grupo formado eminentemente por mulheres. No percurso para o alcance dos objetivos recorremos à hermenêutica feminista buscamos adotar um enfoque crítico de gênero ao logo da revisitação do marco teórico e da pesquisa de campo. A investigação foi desenvolvida com a mediação de três categorias fundantes – gênero, militância política e esfera pública. Na pesquisa, as mulheres apresentam, em suas falas, principalmente dois espaços de definição das relações de gênero: o espaço doméstico e a esfera pública, seja para reprodução ou ruptura das desigualdades. Percebem sua militância política no movimento de mulheres como caminho para a superação da violência doméstica, do machismo, da pobreza, do desemprego e na luta pelo reconhecimento da sua identidade de sujeito e de conquista de políticas públicas efetivas. No espaço doméstico, demonstram consciência da sua responsabilidade de desconstruir esta realidade desigual e gerar relações mais igualitárias. Na Associação definem como estratégia central a formação profissional das mulheres(massoterapia, saúde, geração de trabalho e renda, formação, alfabetização de jovens e adultos), na perspectiva de criação de valores e de vivências que fortaleçam o seu processo de libertação e empoderamento. O fazem quando na militância política reinventam a esfera pública ao trazerem experiências e reflexões antes segregadas no espaço doméstico, socialmente considerado apolítico, deixando revelar o seu caráter político. Desta forma, gestam uma forma particular de fazer política que não encontra referência na militância tradicional. Embora a Associação tenha priorizado trabalhar com mulheres, elas deixam revelar os limites e a necessidade de fazê-lo com os outros sujeitos da relação: os homens. Entre discursos e práticas tecem vivências e reflexões que tencionam uma ruptura com as bases da sociedade machista, patriarcal e androcêntrica, e, também, contraditoriamente as percebemos enredadas pelos limites desta realidade desigual.

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- A voz e o silêncio de trabalhadoras rurais: um estudo de caso na Comunidade de Miranda em Petencostes

Autora: Vânia Margareth Rodrigues Bonfim
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria Helena de Paula Frota
Ano de Obtenção: 2003

O foco de interesse desta dissertação é a participação sociopolítica de trabalhadoras rurais, tendo sido delimitado como espaço de realização do estudo o município de Pentecoste (cenário mais geral) e como cenário mais específico, in loco, a comunidade rural de Miranda. Esta pesquisa teve como fonte inspiradora a inserção profissional da autora no Programa de Desenvolvimento Local - Projeto BNDES/PNUD na Bacia do Curu, executado pelo SETA, entidade da qual faz parte. Participaram da pesquisa vinte e oito pessoas, dentre trabalhadores/as rurais, lideranças sindicais e comunitárias e agentes públicos (secretários/as municipais). Tentar apreender o significado da participação sociopolítica para as trabalhadoras rurais nos espaços participativos da comunidade e do município e em que medida a atuação política dessas mulheres tem tido rebatimentos nas relações de gênero e tem contribuído para o alcance e o exercício/efetivação da cidadania configura o ponto de fulcro deste ensaio. Para o aprofundamento teórico-metodológico utilizou-se a sociologia, a ciência política e os estudos de gênero, explorando as categorias: participação, política, cidadania, empowerment, gênero, público e privado e esfera pública e privada. A importância desse trabalho consiste na tentativa de interrelacionar a participação à cidadania, considerando, sobretudo as desigualdades nas relações sociais e, em especial, de gênero numa sociedade machista e onde historicamente a mulher esteve excluída da esfera pública e conseqüentemente da política. Numa tessitura analítica a análise foi revelando os dilemas, os desafios, os limites e as possibilidades para as trabalhadoras rurais e os "resultados pedagógicos" do chamamento à participação evidenciaram que em alguns momentos as mulheres se fizeram ouvidas, mas foram muito mais silenciadas, porque no seu trabalho e na atuação, elas nem são vistasfazendo política nem elas se vêem (se enxergam) fazendo política.

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- O microcrédito como política de emprego e renda e o trabalho para mulheres no mercado de trabalho em Fortaleza

Autora: Lorena da Silva Lopes
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria Helena de Paula Frota
Ano de Obtenção: 2001

A importância crescente das mulheres no mundo do trabalho mostra que elas são cada vez mais indispensáveis na formação da renda familiar. Uma das alternativas encontradas pelas mulheres para se inserirem no mercado de trabalho são os microcréditos, que se caracterizam como uma das políticas públicas na área de geração de emprego e renda. Para tanto, escolheu-se analisar as mulheres que participaram nos anos de 1997 e 1998, dos programas de concessão de crédito: CrediAmigo, do Banco do Nordeste, e PROFITEC, da Prefeitura Municipal de Fortaleza. O objetivo central dessa pesquisa foi encontrar os elementos explicativos de êxito e fracasso dessas mulheres no desenvolvimento das atividades autônomas. A relevância dessa pesquisa consistiu em fornecer dados para compreensão da questão da mulher e do trabalho no município de Fortaleza, resultando num trabalho monográfico que aponta questões a serem aprofundadas em futuras investigações.

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- Metáforas do amor, decepção e descoberta: iniciação sexual em adolescentes femininas

Autora: Lihana Maria Catunda Bonfim
Mestrado Acadêmico em Saúde Pública
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil
Orientador: Prof. Dr. Francisco Horácio da Silva Frota.
Co- Orientadora: profa. Dra. Maria Helena de Paula Frota
Ano de Obtenção: 1999

O trabalho profissional junto as adolescentes propiciou o interesse da pesquisadora no sentido de querer saber mais sobre questões ligadas a sexualidade das adolescentes. A partir de observações identificando suas maiores dificuldades nesta área, decidiu-se realizar a presente pesquisa. Considerando-se que a adolescência constitui-se como uma construção da era moderna no sentido de querer dar lugar a passagem de criança a idade adulta, esse momento é marcado principalmente por uma crise de identidade estruturantes na vida do sujeito. A iniciação sexual em adolescentes vem ocorrendo de forma cada vez mais precoce, principalmente nas últimas duas décadas. O foco central da investigação é a iniciação sexual em adolescentes do sexo feminino. Os objetivos são identificar, a partir das próprias adolescentes, como representam a iniciação sexual; conhecer de que modo vem sendo vivida a iniciação sexual pelas adolescentes, e também identificar aspectos sócio-afetivos referentes a sexualidade da adolescência. A pesquisa desenvolveu-se no Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará. As 20(vinte) participantes encontravam-se na faixa etária de 15 a 19 anos. Utilizou-se como instrumentos de coleta de dados o questionário e a entrevista semi-estruturada. O olhar metodológico tem como referencial a Psicologia Social baseada na Teoria das Representações Sociais. Para obtenção dos resultados, utilizou-se a análise de conteúdo, através do levantamento das unidades de significação contidas nos discursos obtidos através das entrevistas. Dessa forma, foram processadas a categorização e a contagem das freqüências. A abordagem da pesquisa foi qualitativa, utilizando-se a quantificação dos dados com o objetivo de reforçar a discussão dos resultados. Estes indicaram que a representação da iniciação sexual para esse grupo de adolescentes pode ser apresentada através de figuras representativas de amor, decepção e descoberta. A primeira relação sexual foi um acontecimento marcante na vida das adolescentes, simbolizada por conteúdos de ordem afetivo-emocional. A pesquisa aponta para a necessidade de se tratar questões relativas a sexualidade das adolescentes de forma a dar ênfase aos aspectos afetivos e emocionais considerados elementos estruturantes no desenvolvimento da adolescente.

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- Paternidade na adolescência: antecipação e reafirmação de uma identidade masculina

Autora: Noeme Moreira Maia
Mestrado Acadêmico em Saúde Pública
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientador:Prof. Dr. Francisco Horácio da Silva Frota.
Co- orientadora: Maria Helena de Paula Frota
Ano de Obtenção: 1998

A escassez de trabalhos científicos realizados com o homem adolescente e, mais especificamente, a paternidade na adolescência, motivou a autora a realizar a presente pesquisa. Um trabalho que tem como objetivos conhecer as opiniões dos pais adolescentes em relação a adolescência, sexualidade e paternidade; contextualizar a paternidade na realidade destes adolescentes, compreendendo suas reações, sentimentos e as conseqüências em seus projetos de vida. A área geográfica pesquisada são as unidades publicas de saúde que lidam com adolescente, o Hospital Infantil Albert Sabin e a Maternidade - Escola Assis Chateaubriand (Fortaleza - Ce - Brasil). A faixa etária dos adolescentes e de 14 a 18 anos, sendo realizado um estudo de doze casos, que surgiram no período do trabalho de campo. A investigação utiliza o diário de campo e a entrevista aberta, com roteiro preliminar, realizada pela pesquisadora, numa abordagem qualitativa. Procura-se trabalhar o conhecimento imediato dos pais adolescentes, através do conteúdo de suas falas, e o conhecimento da pesquisadora, embaçado na pesquisa da literatura, bem como nos sete anos de atuação na área de saúde do adolescente. Com os resultados da pesquisa, foram evidenciados algumas "perdas" na realidade social, econômica, cultural e psíquica do adolescente, em face da paternidade precoce. A pesquisa revela, também, que, mesmo com as mudanças expressivas nas relações de gênero, o pai adolescente ainda apresenta o papel de provedor da família, havendo, porem, sinalizações de mudança, na medida que este pai adolescente retrata indícios de nova dimensão da paternidade, vivenciando maior envolvimento afetivo com a gravidez de sua parceira sexual e a paternidade, abrindo espaços para a construção de sua identidade como "novo homem", "novo pai".

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- Os significados do Programa Bolsa-Família na vida das Mulheres Pobres:um estudo na Comunidade Morro Da Vitória

Autora:Socorro Letícia Fernandes Peixoto
Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil.
Orientadora: Maria do Socorro Ferreira Osterne

O presente projeto centra-se na investigação dos significados do Programa Bolsa Família na vida das mulheres pobres urbanas, tendo como foco sua condição de gênero, no interior das suas famílias. Diante do cenário de vulnerabilidade em que vivem os pobres urbanos, parte-se do pressuposto que as relações de gênero construídas são relações contraditórias de poder, onde as mulheres, estando numa posição de inferioridade em relação aos homens, assumem posturas de subalternidade e também de resistência. Assim, a responsabilidade das mulheres pela renda proveniente do Programa Bolsa Família promove alterações na sua condição de gênero, no interior de suas famílias, o que poderá potencializar sua participação nos espaços públicos. Desse modo, ampliando o olhar sobre o objeto a ser pesquisado, agregam-se os seguintes objetivos: compreender o modo de vida (familiar, comunitário, político, social, cultural) das mulheres pobres urbanas que acessam o Programa Bolsa Família, tendo como base às relações de gênero; entender a composição e a dinâmica material e subjetiva de suas famílias; pesquisar as estratégias de enfrentamento à pobreza construídas por essas mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família; compreender as suas representações sociais em relação aos temas: pobreza, família, relações de gênero, poder, trabalho. Nessa pesquisa, propõe-se a dialogar com as seguintes categorias analíticas: gênero, família e pobreza. Em relação às categorias empíricas, destacam-se as políticas públicas,
em especial, o Programa Bolsa Família. Essa pesquisa será realizada na periferia da cidade de Fortaleza, na comunidade Morro da Vitória, que se situa em uma área ocupada nas dunas de Fortaleza, nas proximidades do novo farol do Mucuripe, no bairro do Vicente Pinzon. Esse estudo adotará a pesquisa qualitativa e utilizar-se-á para a coleta de informações durante o trabalho de campo, a entrevista semi-estruturada e a observação participante guiada por um roteiro orientador de pontos de interesses a serem abordados. Buscar-se-á também utilizar dados secundários advindos de pesquisas e fontes documentais acessadas, a fim de articulá-los com as informações e experiências observadas e descritas no trabalho de campo.

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